Como é possível o carioca ser tratado com tamanho descaso e incompetência? Permitir a realização de um evento de grandes proporções a Prefeitura do Rio de Janeiro revela a falta de entendimento no funcionamento da cidade ou um ato ‘amigo’ em ano eleitoral.
Qualquer amigo(a) ou cidadão razoavelmente sensato sabe que o Rio não comporta aglomeração desse porte em via pública. É função e responsabilidade do poder público, ou seja, da prefeitura, organizar o funcionamento dos eventos produzidos por grupos da sociedade, de modo que a normalidade seja preservada. Depois, não adianta pedir desculpas.
Normalidade, palavra que se perde de vista a cada dia. Hoje, as políticas públicas são mais direcionadas à espetacularização do que focadas na vida cotidiana da população.
* Um exemplo simples é que o Espaço Cultural Compositor Adelino Moreira tem como dificuldades a realização de eventos populares como música, artesãos e eventos no calçadão da Rua Barcelos Domingos em Campo Grande. A Prefeitura através de sua sub prefeitura deixa a desejar ao atrapalhar a realização de tais eventos culturais como a seresta com os seresteiros do ECCAM e as feirinhas e exposições de artesanatos e artesãos.
Outro exemplo? As ações da Secretaria Municipal de Cultura. Além de ter se transformado num feudo de Jandira Feghalli, que voltará depois das eleições, a secretaria não tem projeto significativo de médio e longo prazos realmente acontecendo para as diversas áreas da cultura.
É muito papo, muita conferência, muita política e pouca cultura. Mas vem aí um grande evento, o Viradão Carioca! Cadê o dinheiro para o Centro Hélio Oiticica? O Apoio prometido para colocação de um toldo no Espaço Cultural Adelino Moreira para realização de eventos? E para a manutenção das companhias de dança e teatro? Para a Rio-Filmes? Cadê os artistas da cultura que não estão se manifestando contra o pouco caso das autoridades locais com relação aos artistas e sua cultura?
É preciso mudar os paradigmas, desconfiar da sociedade do espetáculo e reconhecer que a vida da gente acontece no cotidiano, na rua, nas escolas, no trabalho e em nossas residências. Tanto a cultura, quanto a vida da gente, são movimentos que se dão ao longo do tempo e não num evento espetacular do instante. Precisamos dar oportunidades aos novos talentos da Cultura de Rua ou melhor das Praças Públicas de nossa cidade maravilhosa, principalmente no chamado lado norte de Campo Grande. A vida é ordinária, aquilo que está na ordem das coisas habituais. A arte, resultado de longo processo de trabalho e amadurecimento. Isso é o óbvio! Mas insistimos em desmoralizar a lógica, a razão e o elementar. Tempos sombrios! Queremos cultura para podermos assistir os nossos talentos e artistas consagrados de nossas comunidades.
Graciano Caseiro - Assessor de Imprensa - ECCAM
gracianocaseiroproducoes@hotmail.com
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Espaço ECCAM (Cultural Compositor Adelino Moreira) Tenho muito orgulho de estar participando desse projeto, já desde o início!
ResponderExcluirE só tem melhorado, a reação e participação do público, a continuidade das apresentações, onde o público já fica à espera do próximo evento e que contiemos a trabalhar dessa forma e com essa dedicação.
Abraços a todos,
Leo di Araujo.